O ESPORTE E A SAÚDE





A importância do esporte para a qualidade de vida



Estilo de Vida

A prática de pelo menos um exercício físico, aliada a uma alimentação balanceada, é um hábito que todos nós, desde a infância, devemos adquirir. Mas por que, afinal de contas, é tão importante assim praticar algum esporte?

A resposta é: quem pratica esporte ou se exercita vive mais e melhor.

 “A prática esportiva traz longevidade e melhora a qualidade de vida. São diversos os benefícios físicos e mentais: nosso ânimo melhora, temos mais disposição, há liberação de hormônios importantes para o organismo, e ajuda na parte estética, ou seja, troca a gordura por massa magra”, explica Nathali Oliani, nutricionista e médica do esporte. O resultado é uma pessoa mais saudável e mais feliz.

A importância do esporte na infância

No caso das crianças, a vivência esportiva contribui para questões sociais, físicas e emocionais. O esporte possibilita que as crianças experimentem trabalho em equipe, exercitem a disciplina e o senso de responsabilidade, tenham controle emocional, sejam mais sociáveis e criativos – tudo isso sem falar na alegria e energia que o próprio exercício gera dentro dos pequeninos. Incentive seu filho, seu sobrinho ou qualquer criança do seu entorno a praticar, hábitos saudáveis se adquirem desde a infância!

Todo esporte é bom?

O esporte oferece praticamente apenas benefícios, não importa qual seja seu objetivo final, lembrando, no entanto, que cada indivíduo deve ter um plano esportivo específico, já que as necessidades variam de pessoa para pessoa. Resumindo, não existe exercício bom e exercício ruim, mas, sim, exercício adequado para cada pessoa.

 “Se um paciente obeso e diabético me procurar, não posso falar para ele correr, pois se ele fizer isso irá se machucar. Ele precisa perder peso primeiro, então vou recomendar a natação, a bicicleta ergométrica… Só quando ele emagrecer pode fazer corrida ou alguma atividade mais intensa”, esclarece a sociedade médica.

Outro exemplo: com a idade vamos perdendo massa magra, então, no caso dos idosos, é importante que seja recomendada a musculação. Quem tem dificuldade em ganhar peso, por exemplo, deve evitar esportes que gerem um alto gasto calórico.

Sedentários no Brasil

Infelizmente, o número de sedentários no Brasil ainda é alto e cresce ano após ano. Em 2015 uma pesquisa do Ministério do Esporte revelou que o sedentarismo atinge quase metade da população brasileira. Foram quase 46% de brasileiros que não praticaram nenhum esporte ou atividade física em 2013 e, deste número, mais da metade são mulheres, ou seja, os homens ainda se exercitam um pouco mais.

Hoje em dia gastamos bem menos calorias do que 100 anos atrás e há diversos fatores que contribuem para isso, desde o controle remoto, que nos deixa mais acomodados, até a facilidade em se andar de carro, onde passamos sentados bons minutos do nosso dia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, para sair do sedentarismo, precisamos nos exercitar pelo menos 30 minutos por dia nos 7 dias da semana.

Pode parecer muito, mas é importante lembrar que a prática esportiva é fundamental para quem quer viver bem, feliz e cheio de disposição.
Não precisa ir até a academia ou gastar dinheiro com roupa para treinar: escolha uma atividade que combine com você, que te dê prazer, como dançar, andar de bicicleta ou caminhar com seu cachorro. Aposte na frequência e você vai ver que podemos ter uma vida melhor de forma simples.

Viva o esporte!




                   



O Esporte Adaptado

    A realidade de grande parte dos portadores de necessidades educativas especiais no Brasil assim como no mundo revela poucas oportunidades para enquadramento de atividades esportivas, seja por ter como objetivo a de se movimentar, jogar, praticar um esporte ou uma atividade física regular.

    A prática de atividade física ou esportiva por portadores de qualquer tipo de deficiência, visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar todos os benefícios da prática regular de atividade física mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.

    As atividades físicas, esportivas ou de lazer propostas aos portadores de deficiências como os portadores de sequelas de poliomielite, lesados medulares, lesados cerebrais, amputados, dentre outros, possui valores terapêutico que evidencia os benefícios na esfera física e psíquica.

    Quanto ao físico, obter ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de equilíbrio dinâmico ou estático, de força muscular, de coordenação motora, dissociação de cinturas, resistência física; o favorecimento de sua readaptação ou adaptação física global (Lianza, 1985; Rosadas, 1989 e Souza, 1994).
Na esfera psíquica, observamos ganhos como a melhora da autoestima, integração social, redução da agressividade, dentre outros benefícios (Alencar, 1986; Souza, 1994; Give it a go, 2001).

    A escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição socioeconômica, das suas limitações e potencialidades, das suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais preparados para atendê-los, dentre outros fatores.

    Diversos autores como Guttman (1976b), Seaman (1982), Lianza (1985), Sherrill (1986), Rosadas (1989), Souza (1994), Schutz (1994) e Give it a go (2001), e ressaltam que os objetivos estabelecidos para as atividades físicas ou esportivas para portadores deficiência, física, mental, auditiva devem considerar e respeitar as limitações e potencialidades individuais adequando as atividades propostas bem como englobar objetivos, dentre outros:
·         Melhoria e desenvolvimento de autoestima, autovalorização e autoimagem;
·         O estímulo à independência e autonomia;
·         A socialização com outros grupos;
·         A experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;
·         A vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;
·         A melhoria das condições dos aparelhos circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor;
·         Melhoria na força e resistência muscular global;
·         Ganho de velocidade;
·         Aprimoramento da coordenação motora global e ritmo;
·         Melhora no equilíbrio estático e dinâmico;
·         A possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição;
·         Prevenção de deficiências secundárias;
·         Promover e encorajar o movimento;
·         Motivação para atividades futuras;
·         Manutenção e promoção da saúde e condição física;
·         Desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização das atividades de vida diária
·         Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.

    Os jogos organizados sobre cadeira de rodas forma conhecidos após a Segunda Guerra Mundial, onde esta tragédia na história da humanidade fez com que muitos dos soldados que combateram nas frentes de batalha voltassem aos seus países com sequelas permanentes.
Porem este evento, terrível, proporcional ao portador de deficiência, melhores condições de vida, pois os deficientes pós-guerras eram heróis e tinham o respeito da população por isto, bem como uma preocupação governamental (Guttman, 1981, Adms e col., 1985; Alencar, 1986 Cidade e Freitas, 1999).

  O pós-guerra, de acordo com Assumpção (2002), criou uma situação emergencial, onde a construção de centros de reabilitação e treinamento vocacional, em todo o mundo foi extremamente necessária. Os programas de reabilitação destes diferentes centros perceberam que os esportes eram um importante auxiliar na reabilitação dos veteranos de guerra que adquiriram algum tipo de deficiência.

    As atividades desportivas foram introduzidas em programas de reabilitação pelo Dr. Ludwig Guttmann no Centro de Reabilitação de Stoke Mandeville no ano de 1944, como parte essencial no tratamento médico de lesados medulares, auxiliando na restauração e manutenção da atividade mental e na autoconfiança (Guttmann, 1981).

    Concordando com o Dr. Guttmann, Sarrias (1976), ressalta que o esporte pode ser um agente fisioterapêutico atuando eficazmente na reabilitação social e psicologia do portador de deficiência, não devendo ser considerada apenas como uma atividade recreativa.

    Os jogos paraolímpicos aconteceram oficialmente em 1960 em Roma, sendo instituída pela Organização Internacional de Esportes a realização dos Jogos Paraolímpicos após a realização das Olimpíadas (Alencar, 1986).

    Souza (1994) enfatiza que o esporte adaptado deve ser considerado como uma alternativa lúdica e mais prazerosa, sendo este parte do processo de reabilitação das pessoas portadoras de deficiências físicas.

    A ACMS (1997) relata que um programa de atividades físicas para os portadores de deficiência física devem observar a princípio se a adaptação dos esportes ou atividades mantendo os mesmos objetivos e vantagens da atividade e dos esportes convencionais, ou seja, aumentar a resistência cardiorrespiratória, a força, a resistência muscular, a flexibilidade, etc. Posteriormente, observar se esta atividade possui um caráter terapêutico, auxiliando efetivamente no processo de reabilitação destas pessoas.

    Outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os portadores de necessidades educativas especiais, como portador de deficiência física, é a necessidade de adaptação dos materiais e equipamento, bem como a adaptação do local onde esta atividade será realizada.

    A redefinição dos objetivos de um jogo, esportivo ou de uma atividade se faz necessário, para melhor adequar às necessidades do processo de reabilitação. Assim como reduzir ou aumentar o tempo de duração destas atividades, mas sempre com a preocupação de manter os objetivos iniciais atingíveis.

    A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, devem respeitar as normas de segurança, evitando acidentes, estar atento a todos os tipos de movimentos a serem realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e estimular sempre o desenvolvimento da sua potencialidade.

Modalidades Esportivas

    As modalidades esportivas para os portadores de deficiências físicas são baseadas na classificação funcional e atualmente apresentam uma grande variedade de opções. Nas modalidades olímpicas como arco e flecha, atletismo, basquetebol, bocha, ciclismo, equitação, futebol, halterofilismo, iatismo, natação, rugby, tênis de campo, tênis de mesa, tiro e voleibol (ABRADECAR, 2002), das modalidades esportivas, as mais conhecidas, que podem ser praticadas pelos deficientes físicos, são:

Arco e flecha: Esta modalidade esportiva pode ser praticada por atletas andantes como amputados ou por atletas usuários de cadeiras de rodas como os lesados medulares. Todas as deficiências físicas podem participar destas modalidades esportivas, respeitando estas duas categorias, em pé e sentado. A participação em competições e o sistema de resultados são semelhantes à modalidade convencional olímpica.

Atletismo: As provas de atletismo podem ser disputadas por atletas com qualquer tipo de deficiência em categorias masculina e feminina, pois os atletas são divididos por classes de acordo com o seu grau de deficiência, que competem entre si nas provas de pistas, campo, pentatlo e maratona. Esta é uma modalidade esportiva que sofre frequentes modificações, visando possibilitar melhores condições técnicas para o desenvolvimento desta modalidade.

Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e atletas com poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares à do basquetebol convencional, sofrendo apenas algumas pequenas adaptações.

Bocha: Esta modalidade esportiva foi adaptada para paralisados cerebrais severa. O objetivo do consiste em lançar as bolas o mais perto possível da bola branca.

Ciclismo: Neste esporte participam atletas paralisados cerebrais, cegos com guias e amputados nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe. Pequenas alterações foram realizadas nas regras do ciclismo convencional, melhorando a segurança e a classificação dos atletas de acordo com sua deficiência, possibilitando adaptações nas bicicletas. Os atletas participam de provas de estrada, velódromo e contrarrelógio.

Equitação: Os deficientes físicos participam deste esporte apenas na categoria de habilidades. Para esta pratica é necessário analisar os possíveis deficientes que podem participar.

Esgrima: Este esporte é praticado por atletas usuários de cadeira de rodas como os lesados medulares, amputados e paralisados cerebrais em categorias masculina ou feminina. Estes atletas participam das modalidades de espada, sabre e florete, sendo provas individuais ou por equipes. Para participação em eventos competitivos todos os atletas são presos ao solo, possuindo os movimentos livres para tocar o corpo do adversário.

Futebol: Nesta modalidade esportiva, sendo que o atleta portador de paralisia cerebral compete na modalidade de campo e o atleta amputado compete na modalidade de quadra. Alterações nas regras como o número de jogadores, largura do gol e da marca do pênalti estão presente.

Halterofilismo: Esta modalidade esportiva é aberta a todos os atletas portadores de deficiência física do sexo masculino e feminino. A divisão de acordo com o peso corporal em 10 categorias.

Iatismo: Todos os atletas deficientes podem participar, as modificações são realizadas apenas no equipamento e na tripulação, não havendo alterações nas regras da competição.

Lawn Bowls: é um esporte similar a Bocha, aberto à participação de todos os portadores de deficientes físicas.

Natação: As regras são as mesmas da natação convencional com adaptações quanto às largadas, viradas e chegadas.  As provas são variadas e os estilos abrangem os estilos oficiais.
 As competições são realizadas entre atletas da mesma classe. Podem participar desta modalidade esportiva portadores de qualquer deficiência, sendo agrupados os portadores de deficiência visual e os demais.

Racquetball: Este esporte pode ser praticado por atletas paralisados cerebrais, é possui características similares ao tênis de mesa.

Rugby em cadeira de rodas: Esta modalidade foi adaptada para lesados medulares com lesões altas - tetraplégicos que realizam um jogo com bola de voleibol com objetivo de marcar pontos ao fazer com que a bola ultrapasse uma determinada linha no fundo da quadra.

Tênis de campo: Esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do tipo de deficiência física que o atleta possua nas categorias masculina e feminina. As regras sofrem apenas uma adaptação em relação ao tênis de campo convencional, sendo esta que a bola pode quicar duas vezes, a primeiro pingo deverá ser dentro da quadra. As categorias são: masculino e feminino, individual e em duplas.

Tênis de mesa: Deficientes físicos como o lesado cerebral, lesado medular, amputados ou portador de qualquer tipo de deficiência física pode-se participar desta modalidade esportiva, onde as provas são realizadas em pé ou sentadas. As provas podem ser realizadas em duplas e individuais, sendo a classificação de acordo com o nível de deficiência.  As regras sofrem poucas modificações, em relação ao tênis de mesa convencional.

Tiro ao alvo: Esporte aberto a atletas com qualquer tipo de deficiência física do sexo masculino ou feminino, nas categorias sentadas ou em pé. As equipes podem possuir atletas de ambos os sexos e diferentes tipos de deficiência física. As provas podem ser realizadas utilizando pistola ou carabina.

Voleibol: Poderá ser praticado por atletas Lesados medulares que participaram da modalidade de voleibol sentado e os amputados, que participarão desta modalidade em pé.

Comentario final
    A participação de portadores de deficiência física em eventos competitivos no Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por ser um elemento ímpar no processo de reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser orientadas e estimuladas, visando assim possibilitar ao portador de deficiência física, mesmo durante seu programa de reabilitação alcanças os benefícios que estas atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida.

Bibliografia
·         ABRADECAR (2002) Organização do desporto. Capturado em http://www.abradecar.gov.br em 21/06.
·         Adms, R.C.; Daniel, A. N.; Cubbin, J.A.; Rullman, L. (1985) Jogos, Esportes e Exercícios para o Deficiente Físico. São Paulo: Editora Manole.
·         Alencar, B. (1986) Paraolimpíada - O Brasil no pódio. Rio de Janeiro: Comitê Paraolímpico Brasileiro.
·         Assumpção, E. (2002) Um novo desafio da psicologia. Capturado em http://www.esporteadaptado.com.br em 20/05.
·         Freitas, P. S. & Cidade, R. E. A. (1997) Noções sobre Educação Física e Esporte para pessoas portadoras de deficiência: uma abordagem para professores de 1º e 2º graus. Uberlândia, MG: Gráfica Breda.
·         Lianza, S. (1985) Medicina de reabilitação. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan.
·         Paelack, V. (1978) Esporte para paraplégicos. In Hüllemann, K.-D.(Org). Medicina esportiva: Clínica e prática. (pp. 292-299). São Paulo: EPU.
·         Rosadas, S. C. (1986) Educação Física para deficientes . Rio de Janeiro Ateneu, p. 214.



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