A LENDA DO SACI (FOLCLORE BRASILEIRO)



UM POUCO DE HISTÓRIA


O Saci

O Saci é um personagem brasileiro mitológico que habita o imaginário popular
brasileiro no interior do país onde ainda se mantém o hábito dos mais velhos, de contar histórias aos mais jovens nas tranquilas e claras noites de lua cheia. (popularmente chamado de Lual).
Representado pela figura de um menino negro de uma só perna que possui um gorro vermelho na cabeça e traz sempre um cachimbo na boca.
De Norte a Sul do Brasil, além do nome, são várias também as definições e representações atuais que se tem dele. No nordeste, de uma forma geral ele segue a representação antes descrita que é a mais conhecida atualmente e a mais popular.
No Sul e Sudeste há algumas variações. No Rio Grande do Sul, ele é retratado como um menino negro perneta de gorro vermelho que se diverte atormentando a vida dos caminhoneiros e aventureiros que gostam de viajar. Deixando-os areados ele os faz perder o destino. “Ranços culturais europeus podem ter influenciado o Saci em Minas Gerais onde ganhou acessórios como um bastão, laço ou cinto, que usa como a “vara de condão” das fadas europeias.”

De onde vem o Saci
Segundo a crença popular o Saci vive setenta e sete anos e se origina do bambu. Após sete anos de “gestação” dentro do gomo do bambu ele sai para uma longa vida de travessuras e quando morre sofre metamorfose em cogumelos venenosos ou em orelhas de pau espécie de cogumelo que se forma nos troncos das árvores e que se parece com uma orelha.


As principais características
Apesar das inúmeras definições dessa famosa entidade folclórica algumas características são mais presentes e recorrentes nas descrições do Saci. Sabe-se que em geral: vive nas matas, extremamente misterioso, negro, pequeno e possui apenas uma perna, usa um capuz vermelho e um cachimbo, não possui pelos no corpo, não possui órgãos para urinar ou defecar, só tem três dedos em cada mão, possui as mãos perfuradas, adora assoviar e ficar invisível, tem os joelhos machucados, resultado das travessuras, domina os insetos como os mosquitos, pernilongos, pulgas, fuma em um pito e solta fumaça pelos olhos, adora travessuras, pode ajudar a encontrar coisas perdidas, gira feito um pião e provoca redemoinhos, pode ser malvado e perigoso, adora encantar as criancinhas e fazer se perderem na mata.
Diz à lenda que ele não é apenas um brincalhão ou um espírito mau. Tratar-se de um exímio conhecedor das propriedades medicinais das ervas e raízes da floresta. O Saci também tem medo de córregos e riachos.
 O único meio de controlar um Saci, segundo o mito, é tirando-lhe o gorro e prendendo-o em uma garrafa. Para isso é necessário jogar uma peneira ou um rosário bento em um redemoinho, sem o gorro que lhe dá poderes ele fará tudo que for mandado.


As origens
Os estudos sobre o folclore brasileiro apontam a origem indígena quando falam da lenda do Saci. Esse mito teria surgido na região Sul do Brasil durante o período colonial, por vota do final do século XVIII, por ocasião das Missões.
O Saci é popularmente conhecido como Saci-Pererê, mas seu nome original era Yaci-Yaterê de origem Tupi Guarani. De acordo com a região do Brasil ele pode ser conhecido por uma variedade de apelidos.


A metamorfose do Saci
O saci foi representado por um curumim endiabrado, de uma perna só e de rabo. Suas traquinagens tinham como objetivo atrapalhar a entrada dos intrusos na mata ou no território indígena forma encontrada pelos nativos de resguardar seu território da invasão dos indesejados homens brancos.
A figura original do Saci (garoto índio) sofreu alterações por ocasião da inserção, na cultura brasileira, de elementos africanos e europeus, trazidos para cá pelos negros escravos importados da África e pelos colonizadores europeus.
O Saci se transformou em um garoto negro de características físicas africanas. Alguns acreditam que a ausência da perna se deve a uma perda sofrida em uma disputa de capoeira, luta praticada pelos negros africanos. Também ganhou um cachimbo, típico dos costumes africanos. Da cultura européia ganhou um elegante barrete vermelho que é a  fonte de seus  poderes.




Conclusão
Apesar de todo o encanto dessa lenda e do personagem, o que se percebe hoje é a desvalorização da cultura oral e o enfraquecimento desses costumes a cada dia.
Graças à criatividade de escritores brasileiros como: Maurício de Souza, Monteiro Lobato e Ziraldo, esse personagem viajou do campo para as grandes metrópoles e até mesmo para o exterior através de suas obras.
Em 2005, o governo brasileiro criou em seu calendário oficial, o dia nacional do Saci, comemorado dia 31 de outubro para minimizar a importância do dia das bruxas (halloween),  e valorizar a cultura do folclore nacional.



Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas